sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Satélites europeus em órbita errada devido a erro de software

Dois satélites encomendados pela União Europeia foram acidentalmente colocados numa órbita errada após o lançamento, devido a um erro de software, tornando-se potencialmente inúteis.

O foguetão Soyuz que transportava os dois satélites
Estes dois satélites (Doresa e Milena) fazem parte do projecto Galileo que foi desenvolvido pela União Europeia com o objectivo de criar uma alternativa aos sistemas de posicionamento por satélite GPS (dos EUA) e GLONASS (da Rússia), no caso de esses países impedirem o acesso a esses sistemas devido a divergências políticas.

O sistema Galileo terá um custo superior a 5,5 mil milhões de Euros e permitirá uma precisão dez vezes superior ao sinal de GPS civil disponível na Europa. Quando estiver concluído (em 2019) será formado por 30 satélites que orbitarão a Terra a uma distância de cerca de 23.333 km. (recorde-se que Estação Espacial Internacional encontra-se a 420 km da Terra)

Os primeiros satélites foram lançados em 2011 e, no passado dia 22 de Agosto, os satélites número cinco e seis foram lançados para o espaço a partir da Guiana Francesa. Mas rapidamente ficou claro que não conseguiram alcançar a órbita correta. Os satélites deveriam seguir uma órbita circular, mas o foguetão Soyuz que os lançou colocou-os numa órbita elíptica em torno do nosso planeta.

Entretanto, o jornal russo Izvestia afirmou que um erro de software no andar superior do foguetão - que foi desenvolvido por uma empresa propriedade do governo russo - foi a causa provável. Uma fonte anónima da agência espacial russa Roscosmos disse ao jornal que um erro numa componente de software forneceu instruções de voo incorrectas para o andar superior do foguetão, lançando os satélites para um destino errado.

Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), apesar de estarem numa órbita errada, os satélites estão a funcionar normalmente e encontram-se sob controlo do Centro de Operações da ESA em Darmstadt, Alemanha.

A ESA está a investigar a possibilidade de recuperação parcial ou integral destes satélites para o fim previsto. Recorde-se que estes aparelhos possuem uma capacidade de propulsão limitada, sendo possível que não tenham energia ou combustível suficiente para serem colocados na órbitra correcta.

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